Uso da cannabis no tratamento da epilepsia

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A epilepsia é uma doença neurológica crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada por convulsões recorrentes e imprevisíveis, a epilepsia pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias.

Nos últimos anos, tem havido um crescente interesse no uso da cannabis como tratamento para a epilepsia refratária, ou seja, aquela que não responde aos tratamentos convencionais. A cannabis, também conhecida como maconha, contém compostos ativos chamados canabinoides que têm propriedades medicinais.

Dentre os canabinoides mais estudados estão o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). O THC é o principal responsável pelos efeitos psicoativos da maconha, enquanto o CBD não possui esse efeito e é considerado seguro para uso terapêutico.

Estudos clínicos têm mostrado que o CBD pode reduzir a frequência e a gravidade das convulsões em pacientes com epilepsia, especialmente em crianças com síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut, duas formas graves da doença. Além disso, o CBD tem se mostrado eficaz no tratamento da ansiedade, insônia e outros sintomas comuns em pacientes com epilepsia.

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em 2019 a regulamentação do uso medicinal da cannabis, permitindo que pacientes com prescrição médica possam ter acesso a produtos à base de CBD. A medida foi comemorada por famílias de pacientes com epilepsia refratária, que encontraram na cannabis uma nova esperança de controle das convulsões.

No entanto, é importante ressaltar que o uso da cannabis no tratamento da epilepsia deve ser sempre orientado e supervisionado por um médico especializado, que irá avaliar o melhor tipo de produto e dosagem para cada paciente. Além disso, é fundamental que os pacientes e suas famílias estejam cientes dos possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas da cannabis.

Em suma, o uso da cannabis no tratamento da epilepsia é uma alternativa promissora para pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais. Com mais pesquisas e regulamentações, espera-se que cada vez mais pessoas possam se beneficiar dos potenciais terapêuticos da maconha.

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